“Por ser uma cirurgia minuciosa e delicada, a reversão necessita de tempo cirúrgico maior que a vasectomia, geralmente de três a quatro horas”

Aproximadamente 4 a 6% dos homens que realizaram vasectomia voltam a manifestar o desejo de ter filhos. Nesses casos, a reversão da vasectomia é possível na maioria das vezes. Porém, muitos casais desconhecem que existe a reversão de vasectomia ou ainda acreditam que somente podem ser revertidas vasectomias com menos de dois anos.

Antes de realizar a reversão, o paciente deve fazer avalição urológica e exames pré-operatórios específicos para estimar a taxa de sucesso e, obviamente, a esposa deve ser fértil.

A cirurgia consiste na religação (anastomose) dos canais que conduzem os espermatozoides, os deferentes, que foram interrompidos por ocasião da vasectomia. Como os deferentes possuem diâmetros pequenos, ou seja, o diâmetro interno do deferente é na ordem de décimos de milímetro, a reversão da vasectomia necessita do emprego de microscópio cirúrgico, fios e instrumentais de microcirurgia. Por ser uma cirurgia minuciosa e delicada, a reversão necessita de tempo cirúrgico maior que a vasectomia, geralmente de três a quatro horas.

O sucesso da reversão depende de vários fatores, principalmente:

do tempo decorrido entre a vasectomia e a sua reversão, sendo melhores os resultados quanto menor for esse tempo. Por outro lado, com a evolução científica nessa área, atualmente existem muitos relatos de sucesso de reversões em vasectomias com mais de 25 anos;
do tipo de técnica empregada na vasectomia. Vasectomias que preservam melhor os deferentes, evitando lesões e ressecções extensas dos mesmos, apresentam melhores taxas de sucesso de suas reversões;
da qualidade da cicatrização do paciente;
da produção testicular de espermatozoides, habitualmente mantida após a vasectomia;
da presença de espermatozoides no líquido do deferente no intraoperatório da reversão, e de seu aspecto macroscópico;
da experiência do urologista e de sua habilidade em microcirurgia.
Quando a reversão não tiver sucesso, ou não for a opção do casal, ou a esposa não tiver indicação para gravidez – como em casos de obstrução tubária bilateral irreversível –, a fertilização in vitro por meio da injeção intracitoplasmática dos óvulos da esposa, com espermatozoides obtidos do testículo ou do epidídimo, é uma alternativa que apresenta taxa de gravidez de aproximadamente 40%.

Fonte: SUB – Portal Sociedade Brasileira de Urologia

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