02ago/19

Gonorreia: é preciso tratá-la imediatamente

“A infecção na uretra pode se espalhar para outros órgãos do trato geniturinário e levar a estreitamento do canal uretral”

A gonorreia é uma infecção bacteriana que acomete a uretra (canal por onde sai a urina). Essa doença acontece depois de se ter uma relação sexual desprotegida com uma pessoa contaminada.

A gonorreia (também chamada de uretrite) se caracteriza por ardência ao urinar (a urina sai queimando e incomoda muito) e secreção no canal da urina de coloração amarelada, que pode manchar a cueca. Esses sintomas geralmente aparecem de 5 a 7 dias depois da relação sexual sem proteção.

A gonorreia precisa ser tratada imediatamente, pois ela pode ser transmitida para outras pessoas e pode causar sérios problemas para o paciente. A infecção na uretra pode se espalhar para outros órgãos do trato geniturinário e levar a estreitamento do canal uretral (doença chamada de estenose de uretra), condição de difícil tratamento e que pode levar a muita dificuldade para urinar e necessidade de realizar uma cirurgia no futuro.

Para se prevenir, a melhor estratégia é sempre usar camisinha na relação sexual e, ao perceber essas alterações características da doença, o paciente deve imediatamente procurar o seu urologista.

Fonte: Portal da Sociedade Brasileira de Urologia

29jul/19

Urologista atende apenas homem?

Diferenças entre urologista, nefrologista e proctologista

É muito comum recebermos pacientes no consultório com queixas de doenças que não competem ao urologista, principalmente aquelas relacionadas às doenças anorretais, como hemorroidas ou sangramentos intestinais. A mídia também confunde muito o papel do urologista e do nefrologista no que se refere ao transplante renal. Para ajudar nesse sentido, farei uma explicação sucinta da diferença entre essas especialidades, tanto na formação desses profissionais, quanto no campo de atuação dos mesmos.

”Pelo fato de o urologista fazer o toque retal, muitas vezes o paciente confunde, achando que doenças nessa região são competência do urologista”

Urologista é o especialista que trata as doenças do aparelho urinário masculino e feminino, assim como as doenças do aparelho reprodutor masculino. Para isso é necessário passar pela residência de Cirurgia Geral e posteriormente de Urologia. É o cirurgião do aparelho urinário e aparelho reprodutor masculino, mas também trata de doenças clínicas. Em síntese, no que se refere ao aparelho reprodutor, é para o homem o que o ginecologista é para a mulher.

O nefrologista é o clínico dos rins. Nesse contexto, necessita de residência em Clínica Médica e posteriormente em Nefrologia. Trata de condições clínicas nas quais não há necessidade de tratamento cirúrgico. Na prática diária é o especialista responsável pelas clínicas de hemodiálise, trabalha junto com urologista nos casos de transplante renal, em que o urologista faz o procedimento cirúrgico e o nefrologista, o acompanhamento clínico desses pacientes.

Já o proctologista também é cirurgião, mas somente de doenças do aparelho digestivo, cólon, reto e ânus. Para isso, faz inicialmente residência em Cirurgia Geral e posteriormente em Proctologia. Trata doenças como hemorroidas, fístulas, sangramentos intestinais, assim como inúmeras doenças inflamatórias do intestino grosso. Pelo fato de o urologista fazer o toque retal, muitas vezes o paciente confunde, achando que doenças nessa região são competência do urologista.

Na realidade, o urologista faz o toque retal unicamente para avaliar a próstata, sua consistência e tamanho, entre outros sinais.

Fonte: Portal da Sociedade Brasileira de Urologia

24jul/19

Riscos urológicos do uso de anabolizantes

“Mesmo com a interrupção do uso dos anabolizantes, uma vez que não há mais ordem da hipófise, os testículos continuam sem trabalhar, levando o homem a disfunção erétil e infertilidade”

Os esteroides androgênicos anabólicos, mais conhecidos como anabolizantes, são compostos geralmente derivados do principal hormônio sexual masculino: a testosterona. Esse hormônio é produzido pelos testículos e tem diversas funções no corpo como desenvolvimento muscular e ósseo, apetite sexual, aparecimento das características masculinas (voz grossa, crescimento de pelos), entre outros.

Desde o aparecimento no mercado farmacêutico dos compostos sintéticos com base na testosterona ou que induzem aumento da testosterona (os anabolizantes), muitos homens e até mulheres passaram a fazer uso desses produtos com finalidades diversas como halterofilismo, aumento do rendimento esportivo e fins estéticos. Tais produtos podem ser administrados de forma injetável intramuscular, via oral e através de gel transdérmico.

Acredita-se que um número crescente de jovens tenha feito uso de anabolizantes. Segundo levantamento realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), cerca de 1,4% dos estudantes brasileiros com até 18 anos de idade já fizeram uso dessas substâncias. Entre os estudantes acima de 19 anos matriculados em universidades, esse numero é ainda maior: 3,5%. Estudo recente aponta que a estimativa de abuso de anabolizantes na população mundial seja de 3,3%, com uma prevalência quatro vezes maior em homens (6,4%) em comparação com mulheres (1,6%).

Diferente da forma prescrita pela comunidade médica, muitas vezes esses atletas (profissionais ou não) utilizam doses exageradas dos esteroides com intervalos também muito curtos, os chamados “ciclos”. Tal sobrecarga pode aumentar a chance dos efeitos adversos dos anabolizantes.

Além dos efeitos colaterais relacionados ao sistema cardiovascular, como infarto cardíaco e acidente vascular cerebral, existem riscos urológicos associados ao uso inapropriado de anabolizantes, principalmente infertilidade, disfunção erétil, aumento das mamas e diminuição dos testículos. Esses efeitos geralmente são transitórios (geralmente 6 a 18 meses), mas podem demorar até anos e existem relatos de efeito permanente.

O mecanismo que leva à disfunção erétil e infertilidade pelo uso de anabolizantes é basicamente o mesmo. Para produzir a testosterona e fabricar os espermatozoides, os testículos recebem uma “ordem” através dos hormônios produzidos pela glândula-mestra localizada no cérebro (a hipófise). Acontece que, ao receber a testosterona externa (os anabolizantes), a nossa hipófise passa a entender que não precisa mais mandar os sinais de ordem para os testículos produzirem testosterona e espermatozoides.

Mesmo com a interrupção do uso dos anabolizantes, uma vez que não há mais ordem da hipófise, os testículos continuam sem trabalhar, levando o homem a disfunção erétil e infertilidade. Com o passar dos meses, esse processo pode ir se revertendo de forma espontânea ou com a ajuda de medicações prescritas pelo médico.

Em relação à próstata, acredita-se que, uma vez que a mesma sofre ações da testosterona, poderia haver algum acometimento desse órgão com o uso de anabolizantes. Postula-se, por exemplo, que poderia haver aumento do volume desse órgão com piora ou aparecimento de sintomas relacionados à micção como jato urinário fraco e cortado, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga e aumento da frequência urinária. Apesar de não estar provado que os anabolizantes causam câncer de próstata, homens portadores da doença e não tratados adequadamente poderiam, em alguns casos, ter progressão do tumor com o uso dos anabolizantes.

Os derivados de testosterona surgiram e devem ser utilizados para o tratamento de problemas de saúde devidamente diagnosticados, segundo parâmetros clínicos e métodos complementares. Quando o médico assistente pensa em prescrever terapia de testosterona, ele leva em consideração uma série de fatores (presença de contraindicações, dose, via de administração, intervalo das doses, etc.) com o intuito de melhorar a qualidade de vida de seus pacientes ao mesmo tempo que minimiza a chance dos efeitos colaterais possíveis como eventos cardiovasculares, problemas de fígado, infertilidade, disfunções sexuais, atrofia dos testículos, aumento das mamas, entre outros. Com o abuso de anabolizantes, atingem-se níveis elevados de testosterona muito acima do considerado normal levando a um risco exacerbado dos temidos efeitos colaterais.

Portanto é de suma importância que pessoas em uso de anabolizantes procurem aconselhamento médico para manejo de seus casos e que a população geral evite o uso inapropriado dos derivados da testosterona.

Fonte: Portal da Sociedade Brasileira de Urologia

 

17jul/19

Hiperplasia Postática Benigna (HPB)

HPB afeta cerca de 50% dos homens acima de 50 anos

Doença pode causar redução do jato urinário, esforço para iniciar a micção, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga e necessidade de urinar várias vezes à noite

A hiperplasia prostática benigna (HPB) é uma condição muito prevalente entre os homens. Essa alteração apresenta relação direta com o envelhecimento, presença de hormônios sexuais e genética. Cerca de 50% dos indivíduos acima de 50 anos terão HPB. Aos 90 anos, essa condição afeta cerca de 80% dos pacientes.

Embora tenha alta prevalência, nem todos os portadores de HPB apresentam sintomas clínicos. Cerca de metade dos pacientes apresentará alguma queixa decorrente dessa doença, e aproximadamente 30% dos homens necessitarão realizar algum tipo de tratamento para HPB no decorrer de sua vida.

“Cerca de metade dos pacientes apresentará alguma queixa decorrente dessa doença, e aproximadamente 30% dos homens necessitarão realizar algum tipo de tratamento para HPB no decorrer de sua vida”

O crescimento da próstata leva a obstrução de saída da bexiga e consequente redução do fluxo urinário – esse mecanismo é o responsável pelo aparecimento dos sintomas. As principais queixas desses pacientes são redução do jato urinário, esforço para iniciar a micção, gotejamento terminal, micção intermitente, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga e necessidade de urinar várias vezes à noite.

Através de perguntas direcionadas, definidas por questionários específicos, o urologista quantifica a gravidade da doença, permitindo com isso uma análise objetiva do impacto na qualidade de vida do paciente. Após o diagnóstico clínico, podemos lançar mão de alguns métodos para avaliação complementar, como ecografia, exames laboratoriais e urofluxometria. Toda essa sequência é realizada no intuito de obter uma avaliação global do paciente, auxiliando na escolha do melhor tratamento para cada caso.

Atualmente, diversas opções de tratamento estão disponíveis, desde modificações dos hábitos de vida até procedimentos cirúrgicos invasivos. A escolha do melhor tratamento é realizada individualmente, de acordo com a intensidade das queixas, tamanho da próstata e comorbidades do paciente.

No tratamento inicial, além de mudanças de hábito de vida, deve-se avaliar o uso de medicamentos. Esses são capazes de relaxar a saída da bexiga, reduzir o tamanho da próstata e inibir as contrações exageradas da bexiga. A escolha da medicação depende de vários fatores, sendo que, em determinadas situações, faz-se necessário o uso de mais de um remédio.

A resposta ao tratamento clínico deve ser avaliada no decorrer de semanas a meses, variando conforme o medicamento utilizado. Na falha dessa abordagem ou em caso de recusa do paciente, dispomos de alguns procedimentos cirúrgicos que visam a desobstruir a saída da bexiga (uretra prostática), permitindo um fluxo urinário facilitado e consequente melhoria dos sintomas.

Atualmente, os procedimentos cirúrgicos estão cada vez mais avançados, pois o desenvolvimento de novas tecnologias permite um tratamento menos invasivo, mais rápido e seguro. Diversos procedimentos estão disponíveis. Esses podem ser realizados por via endoscópica (pela uretra), laparoscópica ou aberta. Podem ser realizados com aparelhos de eletrocautério convencionais ou laser, sendo esse último uma abordagem mais recente e com menores sangramentos.

O urologista é o profissional mais qualificado para conduzir pacientes com HPB, visto que, juntamente com o paciente, é capaz de decidir qual o melhor momento e a melhor forma de tratamento indicado para determinado caso. Essa avaliação é de grande valia, pois a HPB é uma doença progressiva e pode resultar na falência da bexiga (bexiga fraca), acarretando assim sérias complicações e dificultando ainda mais o tratamento do paciente.

Portanto, a avaliação urológica precoce e rotineira deve ser fortemente encorajada, pois o atraso no tratamento pode levar a sérias complicações, tornando cada vez mais difícil o tratamento desses pacientes. Além disso, esse atraso pode acarretar alterações irreversíveis no sistema urinário.

Para se prevenir e tirar dúvidas sobre o tema, a melhor estratégia é procurar o seu urologista.

Fonte: Portal da Sociedade Brasileira de Urologia

10jul/19

Reversão da Vasectomia

“Por ser uma cirurgia minuciosa e delicada, a reversão necessita de tempo cirúrgico maior que a vasectomia, geralmente de três a quatro horas”

Aproximadamente 4 a 6% dos homens que realizaram vasectomia voltam a manifestar o desejo de ter filhos. Nesses casos, a reversão da vasectomia é possível na maioria das vezes. Porém, muitos casais desconhecem que existe a reversão de vasectomia ou ainda acreditam que somente podem ser revertidas vasectomias com menos de dois anos.

Antes de realizar a reversão, o paciente deve fazer avalição urológica e exames pré-operatórios específicos para estimar a taxa de sucesso e, obviamente, a esposa deve ser fértil.

A cirurgia consiste na religação (anastomose) dos canais que conduzem os espermatozoides, os deferentes, que foram interrompidos por ocasião da vasectomia. Como os deferentes possuem diâmetros pequenos, ou seja, o diâmetro interno do deferente é na ordem de décimos de milímetro, a reversão da vasectomia necessita do emprego de microscópio cirúrgico, fios e instrumentais de microcirurgia. Por ser uma cirurgia minuciosa e delicada, a reversão necessita de tempo cirúrgico maior que a vasectomia, geralmente de três a quatro horas.

O sucesso da reversão depende de vários fatores, principalmente:

do tempo decorrido entre a vasectomia e a sua reversão, sendo melhores os resultados quanto menor for esse tempo. Por outro lado, com a evolução científica nessa área, atualmente existem muitos relatos de sucesso de reversões em vasectomias com mais de 25 anos;
do tipo de técnica empregada na vasectomia. Vasectomias que preservam melhor os deferentes, evitando lesões e ressecções extensas dos mesmos, apresentam melhores taxas de sucesso de suas reversões;
da qualidade da cicatrização do paciente;
da produção testicular de espermatozoides, habitualmente mantida após a vasectomia;
da presença de espermatozoides no líquido do deferente no intraoperatório da reversão, e de seu aspecto macroscópico;
da experiência do urologista e de sua habilidade em microcirurgia.
Quando a reversão não tiver sucesso, ou não for a opção do casal, ou a esposa não tiver indicação para gravidez – como em casos de obstrução tubária bilateral irreversível –, a fertilização in vitro por meio da injeção intracitoplasmática dos óvulos da esposa, com espermatozoides obtidos do testículo ou do epidídimo, é uma alternativa que apresenta taxa de gravidez de aproximadamente 40%.

Fonte: SUB – Portal Sociedade Brasileira de Urologia

08jul/19

A DAEM ESTA ASSOCIADA À DISFUNÇÃO SEXUAL?

Entenda a Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM)

“A DAEM afeta amplamente a função sexual do homem, diminuindo ou abolindo o desejo sexual e as ereções.”

– A DAEM no homem se inicia em qual idade? Ela interfere na sexualidade masculina? Se sim, como?

A maioria dos homens, diferentemente das mulheres, chega ao fim da vida com níveis de testosterona (hormônio masculino) dentro dos valores normais.

Entretanto de 5 a 7% dos homens após os 40 anos e 20 a 30% deles após 60 anos podem, em função de algumas doenças ou condições, ter queda acentuada dos seus níveis hormonais.

Quando isso acontece, chamamos de Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM), que, além da parte sexual, afeta também outras funções do homem como: memória, raciocínio, músculos, ossos, produção do sangue, etc.

A queda dos hormônios masculinos afeta substancialmente a função sexual, causando diminuição ou falta de libido (desejo sexual), além de disfunção erétil (dificuldade de ereção).

– A DAEM está associada a alguma disfunção sexual específica?

A DAEM afeta amplamente a função sexual do homem, diminuindo ou abolindo o desejo sexual e as ereções. Consequentemente, o orgasmo e a ejaculação também ficam muito prejudicados.

– É necessário tratamento quando se detecta a queda dos hormônios masculinos?

Uma vez diagnosticada a DAEM, o homem deve ser tratado, e a testosterona deve ser reposta através de injeções intramusculares e de aplicação de soluções de gel na pele ou ainda, quando for possível, estimular a sua produção no testículo por meio de medicamentos específicos.

Paralelamente ao tratamento urológico, a psicoterapia, mais especificamente a terapia sexual, é de bastante valia no resultado final do tratamento, pois auxilia o homem a resgatar a confiança em seu desempenho sexual, abalada pelos sintomas da DAEM.

– Qual é o papel da parceira nesse tratamento?

A parceira tem um papel fundamental na recuperação desse homem com a queda dos níveis de testosterona. O conhecimento da causa dos sintomas do parceiro permite que ela compreenda que a falta de desejo e a dificuldade de ereção se devem à queda hormonal, e não a problemas no relacionamento ou outros interesses do parceiro.

Fonte: SUB – Portal Sociedade Brasileira de Urologia

 

05jul/19

INCONTINÊNCIA URINÁRIA POR ESFORÇO

O que é incontinência urinária?
É a perda de urina que você não consegue controlar. Muitos homens e mulheres sofrem de incontinência urinária. Não se sabe ao certo quantos, porque muitas pessoas não contam a ninguém sobre seus sintomas por se sentirem envergonhadas ou ainda por acharem que nada pode ser feito para tratar o problema. Por isso, elas sofrem em silêncio.

A incontinência urinária não é somente um problema físico. Ela pode afetar aspectos emocionais, psicológico e a vida social das pessoas. Muitos que têm essa condição têm medo de fazer suas atividades diárias normais para evitar expor o seu problema. Eles não podem ficar muito longe de um banheiro e evitam aglomerações de pessoas. Portanto, a incontinência urinária impede que as pessoas aproveitem a vida.

Muita gente acha que a incontinência urinária é um problema normal que surge com o envelhecimento. Mas isso não é verdade. E a incontinência urinária pode ser controlada e tratada. Converse com um urologista e descubra qual é a melhor opção de tratamento para você.

Alguns dados estatísticos
Um quarto a um terço de homens e mulheres sofre de incontinência urinária nos Estados Unidos. Isso representa milhões de pessoas. Cerca de 33 milhões têm bexiga hiperativa, uma condição que pode causar incontinência urinária.

Alguns estudos foram realizados em populações brasileiras. Em 2006 um estudo feito no Rio Grande do Sul com 848 homens e mulheres com idade entre 15 e 55 anos revelou que cerca de 18% dos participantes sofriam de bexiga hiperativa. Esses dados assemelham-se às estatísticas europeias e americanas. Um dado interessante desta pesquisa revelou que somente 27% das pessoas buscaram ajuda médica (Fonte: Teloken et al, revista European Urology, 2006). Um outro estudo organizado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e pela OPAS (Organização Pan Americana de Saúde) foi realizado em sete países da América Latina e incluiu 2.173 pacientes brasileiros (Fonte: Tamanine et al, Cadernos de Saúde Pública, RJ, volume 25, 2009). Essa pesquisa incluiu apenas pessoas internadas em casas de repouso, para quem foi perguntado se alguma vez tinham apresentado perda urinária nos últimos meses. Na população de pessoas entre 60 e 74 anos, 9% dos homens e 22% das mulheres já tiveram incontinência urinária. Já, na população acima de 75 anos, a incidência aumenta para 23% nos homens e 36% nas mulheres. Finalmente, um outro estudo, feito no Programa de Saúde da Família no Estado do Mato Grosso com mulheres em idade de 34 a 57 anos revelou que as mesmas sofriam em média cinco anos antes de relatar o problema e que 61% delas nunca tinham relatado o assunto ao seu médico de família (Fonte: Rios et al, Revista International Urogynecological Journal, volume 22, 2011).

Muitas situações podem aumentar o risco de incontinência urinária, por exemplo: idade, gestações, tipo de partos (normais mais que cesáreas) e número de partos. Nas mulheres o problema tende a aumentar após a menopausa e nos homens acima de 50 anos também, com o surgimento dos problemas de próstata. Doenças como diabetes, derrames (acidente vascular cerebral) e obesidade também se associam à maior incidência de incontinência urinária.

Quais são os tipos de incontinência urinária
Incontinência urinária de esforço: é a perda de urina que ocorre ao tossir, espirrar, caminhar, correr, pular. Ocorre quando os músculos do assoalho pélvico (músculos que cobrem a cavidade inferior da bacia e sustentam os órgãos que estão no abdômen) são forçados durante esforço físico e se tornam enfraquecidos ou alongados demais. Isso leva a perdas urinárias em episódios, podendo ocorrer em gotas ou em grande quantidade. Não existem medicamentos para esse tipo de incontinência urinária e as recomendações de tratamento estão na fisioterapia e na cirurgia.

Incontinência urinária de urgência: é a perda de urina associada a um desejo súbito e urgente de urinar, que ocorre porque o indivíduo não consegue chegar ao banheiro a tempo. É o que ocorre na bexiga hiperativa, uma situação na qual o músculo detrusor (músculo que forma a bexiga urinária) se contrai involuntariamente mesmo se a bexiga não estiver cheia. Muitas vezes a pessoa tem que urinar com muita frequência e em algumas vezes a urina escapa antes de chegar à toalete. Essa condição pode ser tratada de diversas maneiras, incluindo medicamentos, estímulos elétricos com equipamentos de fisioterapia, uso de toxina botulínica e implantes de estimulares elétricos nas raízes nervosas.

Incontinência urinária mista: algumas pessoas têm os dois tipos de incontinência urinária, ou tem sintomas que podem ser dos dois tipos e chamamos esta condição de incontinência mista. Algumas vezes são necessários exames mais específicos, chamados exames urodinâmicos, que ajudam a ter um diagnóstico preciso para escolher o melhor tratamento.

Incontinência urinária paradoxal: ocorre quando a bexiga está extremamente cheia e a perda urinária ocorre por uma espécie de transbordamento; o problema nesse caso é a incapacidade de esvaziamento da bexiga, mas o sintoma é a perda de urina. É o que ocorre em pessoas que perdem a sensibilidade da bexiga e não percebem que ela está cheia. Ou ainda em pessoas com obstrução crônica, como nos homens com crescimento da próstata. Nesse caso o tratamento consiste em melhorar o esvaziamento da bexiga.

Se você acha que pode ter incontinência urinária, procure um urologista e faça uma consulta. A maioria dos casos tem solução que pode até ser muito simples.

Fonte: SUB – Portal Sociedade Brasileira de Urologia

01jul/19

Ejaculação precoce

Ejaculação precoce

Ejaculação precoce (EP), prematura ou rápida, segundo a ISSM (Sociedade Internacional de Medicina Sexual) é a disfunção sexual masculina caracterizada pela ejaculação que ocorre sempre, ou quase sempre, quando o tempo desde a penetração vaginal até a ejaculação passa a ser insatisfatório para o homem ou para o casal. Essa dificuldade gera consequências negativas, tais como: sensação de incômodo, insatisfação e/ou desejo de evitar a intimidade sexual.

Sintomas

A EP é um sintoma, e não propriamente uma doença. Sua incidência é considerada alta, ocorrendo ao redor de 30% dos homens. O principal aspecto é a insatisfação sexual, envolvendo geralmente tanto o homem como sua parceira sexual.

Causas

A EP é um problema comportamental na maioria dos casos, envolvendo um nível de ansiedade elevado, mas também pode ter causas orgânicas (ou físicas), como: prostatite, alterações relacionadas com a serotonina (hormônio que regula o humor, sono, entre outras funções), hipersensibilidade da glande e problemas da tireoide.

Diagnóstico

O diagnóstico da ejaculação precoce é eminentemente clínico, ou seja, ele é feito por me

io do relato do paciente, detalhando desde quando iniciou e com

o evoluiu, além do exame físico e, se necessário, algum exame complementar (dosagem hormonal).

A EP pode ser classificada em:

a) primária: ocorre desde a primeira relação sexual;
b) secundária: oc

orre quando já houve previamente um período de tempo sem ejaculação precoce;

c) ocasional ou situacional: ocorre às vezes ou com determinadas parceiras;

Prevenção

Muitas vezes o paciente com EP possui um perfil psicológico de ansiedade. Neste sentido, praticar atividades que aliviem o estresse e conversar com sua parceira sobre o problema podem ser úteis do ponto de vista emocional. A ajuda de um terapeuta sexual pode proporcionar excelentes resultados, inclusive a cura do problema.

Tratamento

O tratamento da EP é realizado basicamente por meio de psicoterapia sexual (podendo ser do tipo comportamental) e de farmacoterapia. Os medicamentos antidepressivos e os analgésicos de ação sistêmica ou local têm sido empregados com bons índices de sucesso e, quando existe disfunção erétil (impotência) associada, os inibidores da fosfodiesterase do tipo-5 podem ser igualmente utilizados. Há uma tendência de se utilizar a combinação de psicoterapia sexual e farmacoterapia, visando melhores resultados.

Dois aspectos fundamentais devem ser levados em conta quando se analisa a EP: a) fazer o diagnóstico diferencial entre EP e DE ou a presença de ambas; b) dimensionar o impacto psicológico que a EP possa estar causando tanto para o homem como para sua parceira.

Fonte: Sociedade Brasileira de Urologia

21jun/19

Modulação Hormonal: Cuidado!

A Sociedade Brasileira de Urologia, por meio do seu Departamento de Medicina Sexual e Reprodução, vem tornar público o apoio à nota divulgada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) reforçando o conceito de que o Conselho Federal de Medicina (CFM) não reconhece a especialidade intitulada “Modulação Hormonal”.

Esse posicionamento vem ao encontro da Resolução do CFM nº 1999/2012, segundo a qual a reposição de deficiências de hormônios e de outros elementos essenciais se fará somente em caso de deficiência específica comprovada e que tenha benefícios cientificamente comprovados. Portanto os seguintes aspectos devem ser observados:

– A reposição hormonal é um ato médico e somente pode ser feita por profissionais médicos.

– O diagnóstico da deficiência de testosterona no homem deve ser baseado na presença de queixas clínicas associadas a níveis reduzidos de testosterona. A dosagem deve ser feita pela manhã e, preferencialmente, em duas ocasiões.

– O objetivo da terapia de reposição de testosterona é a obtenção de níveis fisiológicos do hormônio e a melhora dos sinais e sintomas associados à sua deficiência. Para a segurança do tratamento, exige-se um adequado monitoramento da terapia de reposição.

– A reposição de testosterona para níveis suprafisiológicos, isto é, acima do nível terapêutico com objetivo de melhora de rendimento esportivo e/ou aumento de massa muscular, está associada a diversos efeitos colaterais, os quais podem ser irreversíveis, colocando em risco a vida do paciente em curto prazo e gerando complicações de longo prazo.

Departamento de Medicina Sexual e Reprodução da Sociedade Brasileira de Urologia.

Para se prevenir e tirar dúvidas sobre o tema, a melhor estratégia é procurar o seu urologista.

Fonte: Portal da Sociedade Brasileira de Urologia

17jun/19

O que é estenose de uretra?

A doença urológica estenose de uretra

Saiba o que é a HPB e a estenose de uretra e por que uma pode levar à outra

A estenose de uretra, problema que acometeu recentemente o presidente Michel Temer, ocorre em cerca de 8% a 15% dos pacientes que fazem a cirurgia para tratamento da hiperplasia prostática benigna (HPB), de acordo com a literatura médica. A intercorrência é uma complicação da cirurgia que promove a raspagem da próstata para diminuir sua pressão sob a uretra, canal condutor da urina.

O tratamento para HPB pode ser feito por via endoscópica ou abdominal (esta por meio de cirurgia aberta, videolaparoscópica ou robótico-assistida), dependendo do volume prostático. Em qualquer uma das opções escolhidas, há manipulação do canal urinário (uretra) e pode haver reação cicatricial exacerbada, provocando estenose (estreitamento) uretral. Como o procedimento endoscópico realizado no presidente pode demorar entre 1,5h e 2h, a uretra fica forçadamente alargada pelo calibre do aparelho, o que já pode gerar um trauma local.

Uma das complicações da estenose é causar retenção de parte da urina na bexiga, esse resíduo pode causar infecções urinárias de repetição, cálculos vesicais (na bexiga), prostatites (infecção na próstata), orquites (infecção dos testículos) e pielonefrites (infecção dos rins). Por isso seu tratamento é mandatório.

Ocorrendo a estenose de uretra, como no caso do presidente Michel Temer, é preciso lançar mão de um segundo tratamento, a dilatação uretral ou a uretrotomia interna. Enquanto no primeiro são necessárias algumas sessões nas quais a uretra vai sendo alargada progressivamente por sondas maleáveis (de silicone) ou metálicas, no segundo o procedimento endoscópico faz um corte em toda a extensão da estenose e é preciso usar uma sonda vesical por cerca de 15 dias como ‘molde’ para a cicatrização não ser novamente exacerbada.

A uretra é um órgão potencialmente contaminado. A necessidade de uso de sonda leva a um risco aumentado de infecção.

Conhecendo a hiperplasia

A HPB é uma doença que acomete cerca de 50% dos homens após os 50 anos. Entre os sintomas estão: dificuldade de urinar, jato urinário fraco, sensação de que a bexiga não foi completamente esvaziada, aumento do número de idas ao banheiro durante a noite e vontade incontrolável de urinar. Em alguns casos, a HPB pode acarretar presença de sangue na urina, infecção urinária de repetição, cálculos na bexiga, retenção urinária e insuficiência renal.

O tratamento da HPB é inicialmente realizado com medicamentos, caso haja refratariedade ou algum agravo, o tratamento cirúrgico passa a ser uma opção. O grande objetivo do tratamento é a proteção do sistema urinário, evitando lesões nos rins e melhorando a qualidade de vida.

Fonte: Portal da Sociedade Brasileira de Urologia.